Sabe o comportamento da raça de cachorros chamada de Fox Paulistinha, o Terrier Brasileiro? Bom antes que alguns de vocês com ótimas lembranças desse bichinho se manifestem o defendendo, gostaria de descrever o encontro um deles que conheci. Era o cãozinho de minha tia que morava no interior. Um animalzinho terrível de chato, latia para todos a todo o momento um latido agudo extremamente desagradável, avançava nas visitas e era muito hostil a quem não morava em sua casa.
Devo confessar que por muitas vezes quando meus tímpanos já estavam prestes a sucumbir, minha vontade foi de pegar esta pequena fera em minhas mãos e fazer um Field Goal de muitas jardas por cima do muro do vizinho. Agora você deve estar se perguntando o que, além do PETA, poderia ter me impedido de realizar tal ato.
Não, não foi a possibilidade de fazer um Touchdown com o bastardo, fato é que mesmo latindo muito e avançando em minha direção para logo depois recuar, ele não chegou a me morder e eu tinha a plena consciência que mataria o coitado com apenas um golpe se desejasse de tão franzino que seu corpo era, então me questionei sobre o porquê de fazer uma maldade como esta e naturalmente que o tal pet continuou sua vidinha.
Não é muito difícil para mim, imaginar esse cãozinho endiabrado latindo e fazendo-se de mau diante de outros muito mais fortes como Pastor Alemão, Pitbull Americano, Dogue Francês, Husky Siberiano e um Bull Terrier Inglês. Ele era bem capaz de encarar todos eles e certamente não lhe faltaria atitude, mesmo que estes rosnassem de volta! Aqueles cachorros provavelmente compartilhariam do mesmo sentimento que eu tive; “ah que cachorro mais chato esse, está latindo como se pudesse fazer realmente alguma coisa contra mim! Não me vale nem o trabalho de mordê-lo, afinal não estou aqui para isso.” Ainda se os referidos cães estivessem defendendo algo de seu interesse como um osso por exemplo, e não o compartilhassem com o Fox Paulistinha, mesmo não o agredindo a pequena fera o escândalo que ela provocaria diante dos outros cães provavelmente acordaria toda a vizinhança e certamente chamaria atenção para o acontecimento em questão. Natural que alguns entendessem este como um ato de muita bravura do pequeno, outros de ignorância na defesa de interesses impossíveis e ainda alguns chamarem de estratégia, afinal quem não chora não mama.
Foi mais ou menos essa a visão que tive sobre o episódio no qual a política externa brasileira defendeu os interesses iranianos quanto ao uso da energia nuclear durante as discussões no conselho de segurança da ONU. Os nossos diplomatas fizeram um grande barulho mundo afora esbanjando força que não têm, foram chamados de inocentes, corajosos, idiotas, estrategistas, mas o fato mesmo é que quando interessou aos países de centro, grandes cães da política mundial o Brasil, impotente diante da decisão dos mais fortes, continuou latindo enquanto assinava “contrariado” o decreto que impôs sanções mais severas ao Irã.
Resta saber até onde a esperteza tão falada do pequeno Fox Paulistinha terá a capacidade de contornar essa derrota diplomática e a força dos grandes cães de segurança…
Por @theogatos
Dichavador 